Quando o assunto é internet das coisas, o Brasil ainda tem alguns desafios pendentes, especialmente no que diz respeito à segurança da tecnologia quando aplicada ao setor de infraestrutura. Esse, pelo menos, foi o entendimento de especialistas que debateram o tema durante o painel organizado por EXAME na InfoSecurity, evento de segurança pública e digital realizado em São Paulo.
Com previsão de movimentar 13 bilhões de reais no país até 2020, a internet das coisas vem se consolidando por aqui, ainda que a passos lentos. Segundo a Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC), cerca de 20 milhões de objetos inteligentes estão conectados no país. No mundo, dados da consultoria Gartner apontam que já existem 15 bilhões de dispositivos online.
Os números chamam a atenção, mas também reforçam a preocupação das empresas com as fragilidades que ainda precisam ser contornadas. A segurança é a principal delas. “Ainda existem 99% de dispositivos desconectados. Mas os que já estão online fizeram o volume de ameaças virtuais crescer tremendamente”, afirma Ghassan Dreibi, diretor de cibersegurança para América Latina da Cisco. “O ladrão vai aonde o dinheiro está.”
De fato, o crescimento das práticas criminosas pela internet tem causado impactos relevantes no Brasil. Segundo um relatório da empresa de segurança virtual McAfee, publicado no ano passado, estima-se que as companhias brasileiras perdem 10 bilhões de dólares por ano com o cibercrime. No mundo, o prejuízo soma 608 bilhões de dólares anualmente. “Não podemos tapar o sol com a peneira. É preciso criar uma regulação para que os dispositivos sejam utilizados de forma segura”, diz Dreibi.